A proposta basilar do projeto se resume em propiciar um amplo debate crítico sobre a circulação dos saberes na zona de fronteira-sul. Para tanto, espera-se compartilhar com pesquisadores, acadêmicos e professores em geral sobre a produção de saberes fronteiriços que se originam da tríplice fronteira-sul (Brasil/Paraguai/Bolívia) e são, na sua maioria, esquecidos ou ignorados pelo saber moderno erigido nos grandes centros do país e do mundo. A exterioridade dos saberes que está no subtítulo do projeto ilustra bem esta discussão: tal exterioridade é um conceito, para não dizer um lugar fronteiriço, criado pelo próprio saber hegemônico, como forma de manter a exclusão dos saberes periféricos e dos sujeitos que o produzem. As instituições de ensino que se encontram nas bordas da nação moderna, como a UFMS, de onde este projeto está sendo proposto, precisam aprender a dialogar com a diferença colonial, ao invés de insistirem numa ideia de ensino/ saber messiânico e salvífico. A proposta geral visa propiciar um amplo debate sobre tais condições de saberes subjugados.

segunda-feira, 22 de outubro de 2018

Cronograma do Evento para o mês de OUTUBRO & Resumos



 PERÍODO VESPERTINO

LOCAL: ANFITEATRO DA FAALC
HORÁRIO: 13H ÀS 15H

TEMA DA MESA: EXTERIORIDADE DOS SABERES: DIÁLOGOS LITERÁRIOS E CULTURAIS

HORÁRIO: 13H ÀS 14H

O TESTEMUNHO E MEMÓRIA NA OBRA: Si me permiten hablar...’ testimonio de Domitila, una mujer de las minas de Bolivia


Julia Evelyn Muniz Barreto Guzman - UFMS
Dr. Edgar Cézar Nolasco - UFMS
RESUMO: Este trabalho tem como objetivo a leitura da obra ‘Si me permiten hablar...’ testimonio de Domitila, una mujer de las minas de Bolivia (1977), da antropóloga brasileira Moema Viezzer com base nos princípios teóricos de literatura de testemunho, arquivo e memória. A obra de cunho testemunhal narra a situação dos mineiros bolivianos e consequentemente de suas famílias durante a exploração de minas no interior da Bolívia. A pesquisa justifica-se pela necessidade de trabalhos voltados para a literatura boliviana, em especial as que tratam da temática testemunhal de fatos traumáticos sofridos por esse povo. Algumas obras que contribuirão para a discussão aqui proposta são: Mal de arquivo: uma impressão freudiana (2001), CADERNOS DE ESTUDOS CULTURAISCrítica cult (2002), Histórias locais projetos Globais (2003), Perto do coração selbaje da crítica fronteriza (2013) entre outros. A pesquisa pretende resultar na contribuição para a compreensão política e cultural da Bolívia.
PALAVRAS-CHAVE: Literatura de testemunho; América latina; Bolívia; Domitila.


HORÁRIO: 13H ÀS 14H

ENTRE A PROSA E OS SEGREDOS DA FLORESTA:
uma leitura crítico-biográfica fronteiriça sobre o hinário O Cruzeiro do Mestre Irineu

Kássia Camilla Marques Rosa – UFMS
Edgar Cézar Nolasco – UFMS
RESUMO: Este trabalho tem o intuito de apresentar meu anteprojeto de mestrado, cuja investigação apreende o hinário O Cruzeiro (2015) do Mestre Irineu, principal hinário da Doutrina do Santo Daime, como objeto literário para fazer uma (re)leitura sob a opção da decolonialidade (MIGNOLO). Sob esse viés se buscará verificar como configura o deslocamento de aspectos culturais diversos manifestados através dos cânticos no contexto desta prática religiosa amplamente híbrida. Além disso, intenciona-se estabelecer metaforizações entre os hinos e o bios dos donos/autores dos hinos, bem como dos pesquisadores envolvidos na investigação. Nesse sentido, nos contemplará sobremaneira a Crítica Biográfica Fronteiriça cunhada por Edgar Cézar Nolasco (2015), pois nela considera-se o lócus e as sensibilidades biográficas tanto dos pesquisadores envolvidos, como dos donos dos hinários estudados. Essa pesquisa de caráter eminentemente bibliográfico pretende resultar numa compreensão mais ampla da Literatura e suas linguagens, com o fim de abrir uma interlocução coletiva da construção de saberes entre a memória social brasileira e as produções intelectuais da academia.
Palavras-chave: Santo Daime; Descolonialidade; Crítica biográfica fronteiriça.

segunda-feira, 3 de setembro de 2018

Cronograma do Evento para o mês de SETEMBRO & Resumos


SETEMBRO
Manhã:
LOCAL: ANFITEATRO DA FAALC
8H ÀS 10 H
TEMA DA MESA (MATUTINO): EPISTEMOLOGIAS OUTRAS – POR UMA UNIVERSIDADE ABERTA AOS SABERES DECOLONIAIS
Coordenação e mediação: Angela Guida
18/09

TÍTULO DA PALESTRA:
NARRATIVAS (DE) COLONIAIS – ESTÁ PROVADO QUE SÓ É POSSÍVEL FILOSOFAR EM ALEMÃO?
AUTORA: Angela Guida

TÍTULO DA PALESTRA:
O PENSAMENTO LIMINAR E UMA PESQUISA COM CRIANÇAS: É PRECISO DESCONFIAR
AUTORA: Vivian Nantes Muniz Franco [mestranda PPGEdumat/profa. Orientadora Dra. Luzia A parecida de Souza]

TÍTULO DA PALESTRA:
DA MODERNIDADE/COLONIALIDADE À DECOLONIALIADE: VIOLÊNCIAS QUE PODEM PROVOCAR REFLEXÕES E VICE-VERSA
AUTORA: Bruna Letícia Nunes Viana [mestranda PPGEdumat/prof. Orientador Dr. João Ricardo dos Santos Viola]

TÍTULO DA PALESTRA:
OLHARES OUTROS SOBRE UMA PESQUISA COM PESSOAS ANALFABETAS
AUTORA: Endrika Leal Soares [mestranda PPGEdumat/profa. Orientadora Dra. Luzia A parecida de Souza]

TÍTULO DA PALESTRA:
TRABALHANDO NO CONTRADOMÍNIO DA FILOSOFIA
AUTOR: Rafael Nobre da Silva [mestrando PPGEdumat/prof. Orientador Dr. Thiago Pedro Pinto]

TÍTULO DA PALESTRA:
A COLONIALIDADE NOS DOMÍNIOS DA LINGUAGEM
AUTOR: Ancel Jupart Quaresma [mestranda PPGEL/profa. Orientadora Dra. Angela Guida]

TÍTULO DA PALESTRA:
DESCOLONIZANDO GÊNEROS: VOZES FEMININAS AFRICANAS
AUTORA: Betinha Yadira Augusto Bidemy [mestranda PPGEL/profa. Orientadora Dra. Angela Guida]



Tarde
HORÁRIO DA MESA (VESPERTINO): 14H ÀS 15H
TEMA DA MESA: EXTERIORIDADE DOS SABERES: SABERES LITERÁRIOS, CULTURAIS E FRONTEIRIÇOS



18/09

TÍTULO DA PALESTRA:
POR UMA EPISTEMOLOGIA FRONTEIRIÇA A PARTIR DOS (DES)LOCAMENTOS IDENTITÁRIOS DO POVO ARARA
HORÁRIO: 14H ÀS 15H
AUTORA: Vania Maria Lescano Guerra (UFMS)


PERÍODO MATUTINO

HORÁRIO DA PRIMEIRA MESA: 8H  ÀS 10 H
TEMA DA MESA: EPISTEMOLOGIAS OUTRAS – POR UMA UNIVERSIDADE ABERTA AOS SABERES DECOLONIAIS

HORÁRIO: 8h às 10h
TÍTULO DA PALESTRA:

NARRATIVAS (DE) COLONIAIS – ESTÁ PROVADO QUE SÓ É POSSÍVEL FILOSOFAR EM ALEMÃO?

Profa. Dra. Angela Guida

Resumo: Com esta fala, busco sinalizar e, de certa forma, tentar ressignificar pequenas narrativas do cotidiano acadêmico nas quais nos enredamos num duplo especular, em que se alternam movimentos de colonialidade e decolonialidade. Na busca por uma universidade mais aberta aos saberes descolonizados, vou discutir a relevância da inscrição de filosofias/epistemologias outras sobretudo em espaços universitários que se encontram fora do eixo hegemônico.


TÍTULO DA PALESTRA: 

O PENSAMENTO LIMINAR E UMA PESQUISA COM CRIANÇAS: É PRECISO DESCONFIAR

Vivian Nantes Muniz Franco [mestranda PPGEdumat/profa. Orientadora Dra. Luzia Aparecida de Souza]

Resumo: Este artigo, fundamentado pelas leituras e discussões realizadas na disciplina Tópicos Especiais em Educação Matemática: Educação Matemática e Pensamento Liminar, do Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, tem como objetivo mobilizar diálogos e reflexões em torno das contribuições que o Pensamento Liminar possa trazer para uma pesquisa com crianças, a qual está em desenvolvimento. Para isso, optou-se por evidenciar algumas posturas colonizadoras da infância, a partir de uma pesquisadora colonizada por uma instituição, por uma questão de pesquisa e, também, atravessada por muitas inquietações.

Palavras-chave: Pensamento Liminar. Pesquisa com crianças. Educação Matemática.

DA MODERNIDADE/COLONIALIDADE À DECOLONIALIADE: VIOLÊNCIAS QUE PODEM PROVOCAR REFLEXÕES E VICE-VERSA

Bruna Letícia Nunes Viana [mestranda PPGEdumat/Prof. Orientador Dr. João Ricardo dos Santos Viola]

Resumo: O presente artigo, desenvolvido para disciplina de Educação Matemática e pensamento liminar do Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática, da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul, é uma tentativa de provocar algumas violências, tendo como pano de fundo discussões sobre colonialidade e decolonialidade. Para isso, dividi minha escrita em quatro momentos, em que o primeiro expõe alguns sentimentos meus  sobre a disciplina em questão, e os seguintes são apontamentos teóricos sobre como a modernidade e a colonialidade são mutuamente constituintes, e a partir disso, como são criadas algumas fronteiras, em específico fronteiras do ser, do saber, do poder e da natureza. Por fim, não com intuito de exibir uma solução “salvadora” às violências mencionadas durante o artigo, apresento uma alternativa outra para se desvincular das fronteiras criadas pela modernidade.

Palavras-Chaves: Colonialismo. Fronteiras. Decolonialidade.

OLHARES OUTROS SOBRE UMA PESQUISA COM PESSOAS ANALFABETAS

Endrika Leal Soares - [mestranda PPGEdumat/profa. Orientadora Dra. Luzia Aparecida de Souza]

Resumo: Este artigo apresenta uma proposta de discussão sobre minha pesquisa de mestrado, ainda em desenvolvimento, pensada frente a perspectiva do pensamento liminar, desenvolvida para a disciplina “Educação Matemática e Pensamento Liminar” do mestrado do Programa de Pós-Graduação em Educação Matemática da Universidade Federal de Mato Grosso do Sul. As leituras e discussões realizadas no espaço da disciplina me possibilitaram lançar olhares outros sobre  minha pesquisa, e este artigo consiste em um esforço de refletir sobre esses olhares, bem como sobre minha postura frente a uma pesquisa com pessoas analfabetas, me inscrevendo em um espaço de desobediência epistêmica.

Palavras-chave: Colonialidade/descolonialidade; Pesquisa; Pessoas analfabetas; Educação Matemática.


TRABALHANDO NO CONTRADOMÍNIO DA FILOSOFIA

Rafael Nobre da Silva – [mestrando PPGEdumat/prof. Orientador Dr. Thiago Pedro Pinto]

Resumo: Este texto é uma tentativa de organizar algumas ideias baseadas, principalmente, na leitura dos textos de Santos (2009), Quijano (2005),Mignolo (2017) e Gordon (2017) sobre colonialidade, pensamento decolonial e desobediência epistêmica, visando oferecer uma possibilidade de pensamento pós-colonial consideravelmente diferente do pensamento fronteiriço, mas que compartilha dos mesmos interesses.  O texto inicia com uma exposição de aspectos históricos da colonialidade, comentando estratégias de legitimação da discriminação racial e geográfica, bem como argumentando que o “outro”, do discurso hegemônico, é uma invenção ocidental que aprisiona a maior parte da população racializada no universo das práticas incompreensíveis. A consequência lógica desse processo é que o único conhecimento dito “legítimo” é o de perspectiva eurocêntrica. No que segue, são discutidas possibilidades de pensamento fora dessa lógica e o contradomínio da filosofia, uma analogia matematicamente mais sensata do que a ideia de fronteira sentido de separação.

Palavras-chave: Decolonialidade; Gramática; Mundo.

A COLONIALIDADE NOS DOMÍNIOS DA LINGUAGEM

Ancel Jupart Quaresma – Guiné-Bissau
[mestrando PPGEL/ profa. Orientadora Dra. Angela Guida]

Resumo: Pretendo discutir a linguagem como a identidade cultural de um povo e que, na maioria das vezes, pode ser um forte instrumento de dominação sobre povos colonizados. Em caso dos países colonizados que adotaram a língua do colonizador como sua língua de ensino é uma forma clara de dominação. Guiné-Bissau, meu lócus de origem é um pequeno país da África ocidental, cuja língua de ensino e oficial é a língua estrangeira, no caso, a língua o portuguesa, mas no cotidiano ela não é a mais falada, apesar de ser tida como a língua oficial. Gordon, no prefácio do livro Pele negra, máscaras brancas afirma que “a questão da língua também levanta outras questões mais radicais sobre seu papel na formação dos sujeitos humanos” (2008, p. 15). A língua reforça os termos raciais, ou seja, ela molda nossa maneira de ver o mundo na epistemologia eurocêntrica, aquilo que posso chamar de neocolonialismo linguístico e epistêmico. Frantz Fanon, por exemplo, argumenta que a língua francesa  é vista como língua de prestígio social e de status que  faz o colonizado se aproximar mais da metrópole, tendo ela mais valor que a língua nativa do povo da Martinica. Essa valorização do francês em detrimento da língua nativa da Martinica é a consequência da colonização, o povo colonizado é tão oprimido e alienado a ponto de negar sua própria condição de existência, de negar sua língua em relação à língua do colonizador.

Palavras-chave: Colonialidade; Língua; Cultura
  

DESCOLONIZANDO GÊNEROS: VOZES FEMININAS AFRICANAS

Betinha Yadira Augusto Bidemy – Guiné-Bissau [mestranda PPGEL/profa. Orientadora Dra. Angela Guida

Resumo: Neste trabalho vou discutir as relações existentes entre gênero e descolonização. Minha discussão parte de estórias narradas por vozes femininas africanas como as de Odete Semedo, Chimamanda Adichie e Betinha Yadira. A África tem importância enorme não apenas em minha pesquisa, mas porque é de lá que provém a maior parte da minha história e das minhas estórias.Se agora eu posso falar sobre meu país e meu continente em outro lugar é porque eu enuncio, sobretudo, por meio das minhas vivências anteriores em África. A respeito dessa questão de lugar, Hugo Achugar, em Planetassem boca, diz que “[...] todo discurso é sempre formulado a partir de um lugar que é verdadeiro e imaginado, concreto e desejado, histórico e ficcional” (2006, p.19). Em vários países da África, principalmente em Guiné- Bissau, a mulher é relegada a um lugar de invisibilidade. Eu me lembro quando era criança, as pessoas recebiam os hóspedes (imigrantes) que vinham de fora, mas só os homens podiam se sentar na sala com as visitas, as mulheres de casa só os recebiame os cumprimentavam e depoissaiam da sala e só voltavam para levar algo de comer ou beber para os homens. Somos excluídas dentro e fora de casa. As mulheres não podem participar das conversas, de reunião ou até sentar junto do marido para almoçar. Isso só mostra que nosso dever ou função é cuidar de casa, família e principalmente do marido e isso tudo ocorre em nome de uma tradição milenar. Diante desse cenário, meu trabalho pretende problematizar essa forma de colonialidade de poder.

 PERÍODO VESPERTINO

LOCAL: ANFITEATRO DA FAALC

HORÁRIO: 13H ÀS 14H

TEMA DA MESA: EXTERIORIDADE DOS SABERES: SABERES LITERÁRIOS, CULTURAIS E FRONTEIRIÇOS

TÍTULO DA PALESTRA: 

POR UMA EPISTEMOLOGIA FRONTEIRIÇA A PARTIR DOS (DES)LOCAMENTOS IDENTITÁRIOS DO POVO ARARA
Vania Maria Lescano Guerra (UFMS)
Resumo:O objetivo desta pesquisa é refletir sobre o processo identitário de indígenas, a partir da escrita de si em depoimentos veiculados na cartilha ""Povo Arara (Karo) – A vida acima de tudo", publicada no espaço virtual por ocasião da "Semana dos Povos Indígenas", realizada de 14 a 20 de abril de 2007 e organizada por ArtenoSpellmeier, com apoio do Conselho de Missão entre Índios. Este estudo considera a proposta teórica transdisciplinar, que se apoia na Análise do Discurso de origem francesa, a fim de investigar marcas de exclusão deixadas pelo período colonial no texto da cartilha, que influenciam no deslocamento identitário desses indígenas. Buscamos identificar as múltiplas vozes que perpassam suas subjetividades, descrevendo as projeções que fazem de si e do outro a partir de uma epistemologia fronteiriça. Para isso, utilizamos os estudos de Foucault (1992), de Eckert-Hoff e Coracini (2010), no que diz respeito ao processo de escrita de si; de Baudrillard (2005) e Coracini (2011) sobre a escrita do/no ambiente virtual e suas implicações sociais; e de Walter Mignolo (2003; 2005) que traz o pensamento liminar sobre a margem como reflexão no intuito de provocar uma ruptura epistemológica que rechaça a prática estereotipada do discurso nas bordas fronteiriças.



sábado, 11 de agosto de 2018

Cronograma do Evento para o mês de AGOSTO & Resumos


PERÍODO MATUTINO

HORÁRIO DA PRIMEIRA MESA: 8H  ÀS 10H
TEMA DA MESA: EXTERIORIDADE DOS SABERES: PESQUISA E DESOBEDIÊNCIA EPISTÊMICA

HORÁRIO: 8h às 10h
TÍTULO DA PALESTRA: 

POR UMA ÉTICA DA AMIZADE: a propósito de duas ou três letras de músicas da Legião Urbana
Prof. Geraldo Vicente Martins
(FAALC/UFMS)
RESUMO: Considerando que, dentre diversos eixos temáticos abordados no universo das canções da banda de rock brasileiro Legião Urbana, o da amizade sempre se fez presente, quer fosse ocupando papel central ou periférico nos textos que acompanham os elementos melódicos, buscaremos, em uma breve exposição, elaborar algumas observações a respeito da compreensão que se desdobra do ser amigo, do relacionamento no qual os partícipes assim se concebem, tomando como ponto de partida duas ou três letras de músicas dessa banda, escritas pelo vocalista Renato Russo, nas quais algum enunciado aponte, explicita ou implicitamente, para o tema em questão. Interessa-nos, à luz de postulados teóricos advindos da semiótica discursiva, pensar em que medida o discurso de tais letras avança rumo ao que gostaríamos de nomear como uma ética da amizade, reconstituindo, por meio desse sintagma, os simulacros que os sujeitos constroem a respeito do dever ser entre os que por amigos se chamam...


 PERÍODO VESPERTINO

LOCAL: ANFITEATRO DA FAALC
HORÁRIO: 14H ÀS 16H

TEMA DA MESA: EXTERIORIDADE DOS SABERES: ENCONTROS LITERÁRIOS E CULTURAIS

HORÁRIO: 14H ÀS 15H
TÍTULO DA PALESTRA: 

A RELAÇÃO PATERNA EM A METAMORFOSE: Hermann Kafka ou Sr. Samsa?
                  Vinícius Gonçalves dos Santos (NECC\G-LETRAS\UFMS)
                                  
RESUMO: A relação entre pai e filho é algo recorrente no território literário, pois ambos representam duas forças de energias opositoras, o velho e o novo, cada qual com suas aspirações. De acordo com Maria Luiza Ramos, o pai figuraria a persona do velho testamento e, por conseguinte, o filho representaria o novo testamento, como a relação de Prometeu com Zeus. Este, por sua vez, ao amar a humanidade, lhes apresenta o fogo e é punido pela figura materna. Franz Kafka e seu pai, Hermann Kafka, são representantes dessa relação de poder. Valendo-nos da crítica biográfica, visamos metaforizar a essa relação através da obra A metamorfose: nela há dois possíveis representantes dessa relação, Gregor Samsa e seu pai. Kafka traz ao mundo essa conflituosa relação ao escrever Carta ao pai: nela há as impressões de um filho perante um pai autoritário. Partindo das proposições da crítica biográfica contemporânea e de sua natureza compósita, construirmos a ponte metafórica entre a vida do autor e, por conseguinte, de seu pai, com as personagens da obra Kafkiana.
PALAVRAS-CHAVE: Kafka; metamorfose; Crítica biográfica
HORÁRIO: 15h às 16h
TÍTULO DA PALESTRA: 

 NO CONFRONTO COM A VIDA, A NATUREZA HUMANA SE DESPE
Rodrigo Pessoa Oliveira
(UEMS)

RESUMO: O proposito deste estudo é uma análise do romance Mrs. Dalloway (1925), de Virginia Woolf, e do conto Amor, de Clarice Lispector, presente no livro Laços de família (1960), dando foco para as personagens principais, Clarissa Dalloway e Ana, respectivamente. Por aproximação do eixo temático, as narrativas aqui estudadas apresentam tendências semelhantes na construção e representação de suas personagens: elas são representadas de dentro para fora, a partir de recursos técnicos da escrita: o fluxo de consciência, por exemplo. Assim, as narrativas se constroem em situações de desequilíbrio da vida e abrem um leque de questionamentos que envolvem o homem inserido no seu tempo e espaço que, por conseguinte, revela um desencadeamento com o mundo. As narrativas descrevem um dia completo de cada uma das mulheres e, ao fazer isso, visitam aspectos intrínsecos dessas existências, desenrolando laços do passado e questionando o presente, isto por meio do devaneio, de uma visita dentro de si que aflora todos os sentimentos de uma vida. Escritas em seus momentos históricos, as obras refletem as angustias do homem contemporâneo, suas inquietudes e sujeições às convenções sociais, assim como o desejo de se livrar das amarras das tradições sociais. Para realizar este estudo contaremos com Nadia Gotlib, Antonio Candido, Gaston Bachelard, Walter Benjamin, Benedito Nunes e Tania Carvalhal. Este último nome assinala que o trabalho será realizado pelo viés do estudo comparado, ou seja, não nos limitaremos a apontar apenas as semelhanças, iremos trabalhar, também, as diferenças nessas narrativas, seguindo a tendência da crítica comparada que vê a relação de fontes e influencias como ultrapassada.
Palavras-chave: Clarice Lispector; Virginia Woolf; Literatura Comparada.









quarta-feira, 13 de junho de 2018

Cronograma do Evento para o mês de JUNHO & Resumos


10 ANOS DO NECC: EXTERIORIDADE DOS SABERES
Dia 29 de junho (sexta-feira) (PERÍODO MATUTINO)
LOCAL: ANFITEATRO DA FAALC

JUNHO
Manhã
LOCAL: ANFITEATRO DA FAALC
8H ÀS 10 H 30MIN
TEMA DA MESA (MATUTINO): EXTERIORIDADE DOS SABERES: PESQUISA E DESOBEDIÊNCIA EPISTÊMICA
29/06
TÍTULO DA PALESTRA:
CLARICE LISPECTOR EM A HORA DA ESTRELA
HORÁRIO: 8H ÀS 9H
AUTORA: Anny Caroline de Souza Marques (NECC/UFMS)                                                   
TÍTULO DA PALESTRA:
A EXTERIORIDADE CULTURAL EM HELOÍSA BUARQUE DE HOLLANDA: LITERATURA MARGINAL EM NOSSOS DIAS.
HORÁRIO: 9H30MIN às 10H30MIN
AUTORANathalia Flores Soares (NECC/UFMS) 

Tarde
HORÁRIO DA MESA (VESPERTINO): 13H30MIN  ÀS 16 H 30MIN
TEMA DA MESA: EXTERIORIDADE DOS SABERES: ENCONTROS LITERÁRIOS E CULTURAIS
29/06
TÍTULO DA CONFERÊNCIA:
FRONTEIRAS DO EPISTOLAR: pensamento nômades.
HORÁRIO: 13H 30MIN ÀS 14H 30MIN
AUTORES: Francine Carla de Salles Cunha Rojas (CPTL/PG/UFMS); Ricardo Magalhães Bulhões (CPTL/PPGLETRAS/UFMS)

TÍTULO DA CONFERÊNCIA:
Xirú de Damián Cabrera
HORÁRIO: 15H ÀS 16H30MIN
AUTORA: Profª. Drª. Damaris Pereira Santana Lima (UFMS) 


PERÍODO MATUTINO

HORÁRIO DA PRIMEIRA MESA: 8H  ÀS 10 H 30MIN
TEMA DA MESA: EXTERIORIDADE DOS SABERES: PESQUISA E DESOBEDIÊNCIA EPISTÊMICA

HORÁRIO: 8h às 9h
TÍTULO DA PALESTRA: 

Clarice Lispector em A hora da estrela

Anny Caroline de Souza Marques (UFMS)
Edgar Cézar Nolasco (UFMS)

RESUMO: Este trabalho visa elaborar um perfil intelectual sobre a escritora brasileira Clarice Lispector sob o recorte epistemológico da crítica biográfica fronteiriça (NOLASCO, 2015), teorização ESSA cunhada por Edgar Cézar Nolasco em “Crítica biográfica fronteiriça (BRASIL/PARAGUAI/BOLÍVIA)”. Para tal, realizaremos uma leitura de caráter eminentemente bibliográfico, relendo a última publicação da autora, A hora da estrela (1998).Vista pela crítica como escritora hermética, Clarice, na obra supracitada, foge à imagem que a atribuíram, pois escreve sobre questões sociais do Brasil. Dessa forma, articularemos a vida e a obra da autora na esteira das reflexões de Eneida Maria de Souza, em Janelas indiscretas (2011), e nos postulados de Edward Said, em Representações do intelectual (2005), entre outros, como Edgar Cézar Nolasco, Walter Mignolo e Nádia Battella Gotlib. Algumas obras que contribuirão para a discussão proposta aqui são: CADERNOS DE ESTUDOS CULTURAIS, Caldo de cultura (2007), Crítica cult(2002), Janelas indiscretas (2011) e Clarice: uma vida que se conta (2010).

Palavras chave: Crítica Biográfica fronteiriça, Intelectual, A Hora da Estrela


HORÁRIO: 9h30min às 10h30min
TÍTULO DA PALESTRA: 

A EXTERIORIDADE CULTURAL EM HELOÍSA BUARQUE DE HOLLANDA: LITERATURA MARGINAL EM NOSSOS DIAS.

Nathalia Flores Soares - UFMS
Dr. Edgar Cézar Nolasco - UFMS

Resumo: Este trabalho tem por objetivo elaborar um traçado entre a obra Cultura como Recurso (2012) da intelectual Heloísa Buarque de Hollanda que propõe dialogar com as produções culturais emergentes, bem como, o conceito de Literatura marginal relacionando o seu percurso biográfico com as múltiplas escolhas teóricas que abrangem suas obras desde o processo de formação acadêmica até a multifacetada atuação como professora e pesquisadora. A visada crítico-biográfica trata de reiterar a circulação de Heloísa Buarque de Hollanda entre as várias esferas institucionais da sociedade percebendo como as questões de cunho pessoal, como as amizades, as paixões, os acontecimentos da vida influem no exercício teórico e autobiográfico da autora. Tendo em vista a tarefa ética conferida ao intelectual de desestabilizar conceitos hegemônicos e excludentes de cultura. Dessa maneira, é essencial  marcarmos o lugar de onde erigimos nosso discurso, o lócus que abarca nossas sensibilidades locais, a fronteira-sul, alocada na exterioridade dos grandes eixos do país.  Sendo assim, a importância deste trabalho e sua relevância se assentam na perspectiva da diferença que está acertada na critica biográfica fronteiriça, o recorte desta teorização se norteará a partir da autobiografia Escolhas (2003) e pelo livro Impressões de Viagem (1970). No processo de construção do pensamento, o respaldo teórico contará com: Eneida Maria de Souza em Crítica Cult (2002) Hugo Achugar em Planetas Sem Boca (2006) e Cadernos de Estudos Culturais (2011).

Palavras-chaveHeloísa Buarque de Hollanda, Literatura Marginal, Fronteira.

 PERÍODO VESPERTINO

LOCAL: ANFITEATRO DA FAALC

HORÁRIO: 13H 30MIN ÀS 14H 30MIN

TEMA DA MESA: EXTERIORIDADE DOS SABERES: ENCONTROS LITERÁRIOS E CULTURAIS

TÍTULO DA CONFERÊNCIA: 

FRONTEIRAS DO EPISTOLAR: pensamentos nômades

Francine Carla de Salles Cunha Rojas (CPTL/PG/UFMS)

Ricardo Magalhães Bulhões (CPTL/PPGLETRAS/UFMS)

RESUMO: O presente trabalho articula o conceito de “fronteira” para rastrear a atuação das correspondências de escritores no pensamento e na cultura de determinada época, nesse sentido entende-se que tais produções não se definem somente por parâmetros textuais, mas também por outros fatores como o lugar a partir do qual as cartas são escritas, os remetentes, destinatários e o contexto histórico-cultural, diante desse cenário faz-se necessário pensar o conceito de fronteira baseado na concepção de Walter Mignolo de acordo com a qual ela é tanto um espaço geográfico quanto epistemológico, tal percepção movimenta uma rede de conceitos norteadores que gravitam em torno das “cartas”, como a própria fronteira, epistemologia epistolografia e memória, responsáveis por traçar um mapa que guia a teoria da carta. O transito da teoria epistolar é pautado nos apontamentos de Walter Mignolo em Histórias Locais / Projeto Globais (2003), Teorias sin disciplina (1998), de Edward W. Said no texto “Teoria Viajera” e de James Clifford em “Notas sobre teoria y viaje” ambos presentes no volume Cuadernos de Teoría y Crítica (2015), de Eneida Maria de Souza em Crítica Cult (2007), de Brigitte Diaz em O gênero epistolar ou o pensamento nômade (2016).


Palavras-chave: Fronteira; Epistemologia; Carta.

HORÁRIO: 15h às 16h30min
TÍTULO DA CONFERÊNCIA: 


Xirú de Damián Cabrera

Profª. Drª. Damaris Pereira Santana Lima (UFMS)

O objetivo deste trabalho é apresentar o romance Xirú do escritor paraguaio Damián Cabrera, queé um dos representantes da nova narrativa paraguaia, que em sua escrita dá ao espaço do seu país, especialmente o espaço da fronteira, um tratamento diferenciado. O referido autor nasceu em Assunção, mas cresceu em Minga Guazú, no Alto Paraná, próximo à Ciudaddel Este, cidade que faz parte do triângulo internacional conhecido como a Tríplice Fronteira: Brasil, Argentina e Paraguai. Em sua obra Cabrera apresenta esse mundo fronteiriço como protagonista do romance Xirú. A narrativa de Cabrera aborda o cenário fronteiriço do Alto Paraná, onde as culturas se misturam, pois dentre muitas as peculiaridades, as pessoas que povoam esse espaço são denominadas “brasiguayos” (brasileiros/paraguayos), que falam uma língua denominada “portuguarañol” (português/ guarani/ espanhol). Além de apresentar mais esta obra da literatura hispano-americana em nosso meio acadêmico, este trabalho tem o objetivo de lançar luz sobre diversos conceitos como: crítica biográfica fronteiriça, literaturas de fronteira, estéticas periféricas e produções de conhecimentos a partir de conhecimentos


PALAVRAS-CHAVEDamián Cabrera; Xirú; Fronteira





Cronograma do Evento para o mês de OUTUBRO & Resumos

 PERÍODO VESPERTINO LOCAL: ANFITEATRO DA FAALC HORÁRIO: 13H ÀS 15H TEMA DA MESA: EXTERIORIDADE DOS SABERES: DIÁLOGOS LITERÁR...